Larry Crowne
Direção: Tom Hanks
Elenco: Tom Hanks, Julia Roberts, Sarah Mahoney, Pan Grier
Escrito por: Tom Hanks, Nia Vardalos
EUA, 2011
Nota no IMdB: 6.0
A crise econômica afetou a classe média americana a ponto do tema ser parte do cotidiano dos personagens de filmes sem causar espanto. Tom Hanks - de volta à direção desde "The Wonders - O Sonho Não Acabou" (1996) - dá vida ao pacato Larry Crowne, vendedor de uma rede de departamentos que é demitido após anos de serviço e retorna aos estudos para pagar as dívidas. Não ter cursado faculdade foi a justificativa do empregador, mas o filme responde com sutileza que a questão é mais ampla e afeta de modo dramático a população.
Bolha imobiliária, hipotecas insolventes, a moto que deixa o SUV parado na garagem, o desencantamento da professora por causa do desinteresse dos alunos, o retorno às salas de aula após décadas sem estudo - muitos elementos da nova cara dos EUA estão presentes em "Larry Crowne" (2011), mas Hanks não se esqueceu que esta é uma comédia romântica. Sabe dosar o pano de fundo para não confundir o enredo e constroi uma história de beleza e simplicidade, com uma estética inspirada em produções do começo dos anos 90.
Tom Hanks também é co-roteirista, com Nia Vardalos - de Casamento Grego (2002)- e apresenta personagens marcantes: Crowne e Mercedes Tainot (uma Julia Roberts inspirada no papel da professora desencantada com a educação contemporânea e a decrescente influência exercida pelo magistério). Não serão inesquecíveis como Forrest Gump ou Erin Brockovich, mas cativam pela simplicidade, pelo humor afiado e pela sintonia quando contracenam.
Nas contradições da vida, um discurso bem funamentado fortalece os argumentos, e é curioso perceber como a mulher com problemas de comunicação é a eficiente professora de oratória que, enfim, redescobre poder cativar os alunos. As histórias de viagem do ex-marinheiro, por outro lado, formam o contraste entre o pé no freio dos tempos atuais e a imensidão da descoberta do mundo. Menção honrosa para a 'gangue' de motos de Frances (Pan Grier).
Coloquei um comentário rapidinho no face após assistir o filme.
ResponderExcluirAdoro filmes realistas, mas simples. Gosto porque abordam questões e dúvidas do cotidiano, atiçam a gente a pensar e repensar em nossas próprias questões.
Você se sente aliviado após o filme, com sorrisinho de satisfação no rosto.
E esses dois em cena parecem ser nossos vizinhos prediletos, sabe? Sou bastante suspeita pra falar, adoro os dois e a harmonia deu todo o charme.