Se Beber, Não Case I (The Hangover I)
Se Beber, Não Case II (The Hangover II)
Direção: Todd Phillips
Elenco: Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis, Justin Bartha, Ken Jeong
Escrito por (parte I): Jon Lucas, Scott Moore
Escrito por (parte II): Craig Mazin, Scot Armstrong, Todd Phillips
EUA, 2009 e 2011
Notas no IMDb: 7.9 e 6.9
Recentemente, Todd Phillips parece desenvolver a mesma ideia, em situações diferentes, a cada filme. O diretor se envolve em comédias escrachadas e politicamente incorretas, com situações absurdas provocadas pelos personagens ao perder a memória por causa da bebida; ou mesmo por encarnarem o tipo sem-noção que seria insuportável na vida real. Nem sempre as piadas funcionam, mas provoca risadas em plateias no mundo todo por conta de situações inusitadas.
Conhecido por comédias como Caindo na Estrada (2000), Starsky & Hutch (2004) e Escola de Idiotas (2006), deu novo rumo ao gênero a partir de Se Beber, não Case (2009). Amigos se reúnem em Las Vegas para a despedida de solteiro de Doug (Justin Bartha). A partir daí, o filme mostra o porre homérico do pós-festa e reconstroi, aos poucos, a noite insana da qual eles pouco lembram. O grupo se depara com algumas situações que os faz relacionar acontecimentos e, aos poucos, se lembrar do que houve sob efeito de bebidas e drogas.
Na verdade, "Se Beber, não Case" não cumpre o que promete. A edição do trailer é mais engraçada que o próprio longa. A ânsia por criar situações engraçadas em sequência acaba prejudicando a premissa do diretor, apesar de certas situações que valem o filme. A cena do quarto semi-destruído, com roupas, garrafas, móveis e o que mais existe por ali espalhado, no momento em que Stu (Ed Helms), Phil (Bradley Cooper) e Alan (Zach Galifianakis) descobrem um tigre no banheiro é daquelas que chegam a valer o ingresso do cinema. Mas não passa muito disso.
A continuação "Se Beber, não Case 2" (2011), motivada pelo sucesso do primeiro, finalmente faz a série valer a pena. Todd domina melhor o desenrolar da narrativa e coloca piadas no lugar certo. Os roteiristas, inclusive, não são os mesmos, o que pode sugerir que os produtores também acharam que o primeiro filme poderia ter cumprido melhor o que prometeu. Com mais ação que o antecessor, as situações em si também são mais engraçadas. Sem contar na figura insana e misteriosa (!) de Alan (Zach Galifianakis). O barbudo sem noção que protagoniza os acontecimentos mais confusos e inesperados, sem o qual os filmes não teriam a mesma graça.
O sucesso comercial de uma noite em que tudo é permitido reflete os valores de uma sociedade que prefere ignorar certos limites em nome do prazer momentâneo. As consequências não importam tanto quanto a satisfação imediata que o abuso de álcool e outras drogas pode causar. Um filão que o cinema americano descobriu há tempos e que a comédia contemporânea reinventa para conquistar novos adeptos e garantir bilheterias recheadas. Novas versões para "o que acontece em Vegas, fica em Vegas".
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