Escrevi esse texto em 2005. Dei uma enxugada e aí está meu ponto de vista logo após chegar do cinema.
‘Aprendendo a mentir’ (Liegen Lernen).
Alemanha/2003.
Diretor: Hendrik Handloegten.
Elenco: Fabian Busch, Suzanne Bormann e Fritzi Haberlandt.
Roteiro de Hendrik Handloegten, baseado no romance de Frank Goosen.
Nota no IMDB: 6.8
Tenho gostado de produções contemporâneas alemãs – como Adeus, Lênin e Edukators – e nem tanto de outras - Corra, Lola, Corra - e ‘Liegen Lernen’ mostra bom fôlego durante sua hora e meia de exibição. A história acompanha os desdobramentos políticos e culturais na Alemanha a partir de 82, mas a condição de Berlim apenas serve de pano de fundo para a vida dos personagens. O protagonista Helmut, representado por Fabian Busch é um cara perdido. Ele se relaciona com Britta (Susanne Bormann), ainda na escola, mas ela logo o deixa para morar no EUA. A partir daí, foge de todos os compromissos, mesmo apaixonado, por causa da desilusão sofrida com Britta.
Eles se reencontram algumas vezes anos depois em Berlim, e o diretor cria formas sutis para anunciar as mudanças ocorridas com cada um. Algo previsíveis, mas bem encaixadas e desenvolvidas ao longo do roteiro. Um exemplo: desperta interesse o silêncio de Helmut, a forma como ele conquista e se comunica apenas com o olhar e um distraído sorriso.
Um desenvolvimento empolgante para um filme realizado com cuidado, que faz sair da sessão pensando nos rumos da própria vida. Até que ponto deixamos de experimentar porque limitamos nossas buscas ao que idealizamos? A fugacidade por escolha própria, o que podíamos ter vivido e, sobretudo, o que temos para viver.
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