O espião que sabia demais (Tinker Taylor Soldier Spy)
Direção: Thomas Alfredson
Elenco: Gary Oldman, Colin Firth, John Hurt, Tom Hardy, Mark Strong, Jim Prideaux
Escrito por: Bridget O´Connor e Peter Straughan
Inglaterra, 2011
Nota no IMdB: 7,5
A espionagem inglesa durante a Guerra Fria é o norte de "O espião que sabia demais", filme baseado no romance de John le Carré (Jardineiro Fiel, o livro, também foi escrito por ele). O agente Strong (Jim Prideaux) é enviado à Hungria para encontrar um informante, não completa a missão e, como consequência, os chefes do MI6 Smiley (Oldman) e Control (Hurt) são aposentados pelo serviço secreto. Uma trama de intrigas envolve a cúpula da organização, e Smiley deixa a aposentadoria para investigar as traições que comprometem o funcionamento da rede.
Direção: Thomas Alfredson
Elenco: Gary Oldman, Colin Firth, John Hurt, Tom Hardy, Mark Strong, Jim Prideaux
Escrito por: Bridget O´Connor e Peter Straughan
Inglaterra, 2011
Nota no IMdB: 7,5
A espionagem inglesa durante a Guerra Fria é o norte de "O espião que sabia demais", filme baseado no romance de John le Carré (Jardineiro Fiel, o livro, também foi escrito por ele). O agente Strong (Jim Prideaux) é enviado à Hungria para encontrar um informante, não completa a missão e, como consequência, os chefes do MI6 Smiley (Oldman) e Control (Hurt) são aposentados pelo serviço secreto. Uma trama de intrigas envolve a cúpula da organização, e Smiley deixa a aposentadoria para investigar as traições que comprometem o funcionamento da rede.
A sinopse, entretanto, não é facilmente percebida na tela, uma vez que as escolhas de Alfredson evitam clichês associados a filmes de espionagem. Com um ambiente por vezes noir e roteiro fragmentado, "O espião que sabia demais" deixa a impressão de que poderia ter sido melhor compreendido. Ou explicado.
Planos longos e sem diálogos podem ser a deixa para o espectador refletir sobre o que se passa na tela. E também conectar os fatos, já que "O espião que sabia demais" abusa de uma narrativa sem conectivos. Por vários minutos, parece um filme montado com cortes do passado sobrepostos. Mas a narrativa linear é fragmentada e dá a oportunidade para elencar os fatos. A costura dos fragmentos, no entanto, é confusa, dando a impressão de que a história é ininteligível.
Neste triller sobre espionagem, as cenas de ação e os efeitos especiais não têm vez. A agilidade dos cortes também não, o que pode confundir e desagradar quem espere altas voltagens em cena. O paradoxo é que o ritmo de "O espião que sabia demais" se assemelha ao de uma apuração longa, sem os cortes para as cenas mais chocantes ou de ação. Tudo é exibido ao seu tempo, como na espera demorada para se agir no momento exato.
Os personagens transpiram cansaço e resignação, efeitos de uma vida treinada para o serviço secreto e para o sigilo absoluto. Por isso, nada falam além do necessário. Boa parte adentra a velhice, e o comportamento refratário (não existe a vida privada destas pessoas) conota algo além da repetição de antigos costumes.
Uma segunda exibição ou a leitura de diferentes pontos de vista sobre o filme fatalmente ajudam a compreendê-lo melhor. Após a primeira sessão, sem saber ao certo do que se trata, quem assiste pode confundir a sequência e a lógica deste thriler, que é exibido em circuito comercial e toma algumas salas de shoppings. Um claro exemplo de cinema que não combina com pipoca - se bem que, em minha modesta opinião, nenhum cinema combina, mas isso é conversa para outra hora.
Não existe alta ou baixa cultura, nem simplesmente a negação da 'grande arte' pelo 'entretenimento industrial'. As redes de significados carregam diferentes conceitos e interpretações, e o pré-conceito prejudica tanto quem se julga por cima quanto quem é atribuído como inferior. Por isso, não excluo o potencial criativo de uma obra considerada 'menor', assim como procuro não superestimar um trabalho pela dificuldade de seu seu entendimento.
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