domingo, 11 de março de 2012

Millenium - O Homem que Não Amava as Mulheres (2011)

Millenium - O Homem que Não Amava as Mulheres (The Girl with the Dragon Tatoo)
Direção: David Fincher
Elenco: Daniel Craig, Rooney Mara, Christopher Plummer, Stelan Skarsgard, Robin Wright
Escrito por: Steven Zaillan, baseado em livro de Stieg Larsson
EUA, 2011
Nota no IMdB: 8.0






Adaptações de best sellers para o cinema costumam criar polêmicas, principalmente se o livro em questão for recente. Sempre aparecerá alguém para criticar a adaptação da narrativa - além da escolha comercial de uma obra que vive o sucesso no mercado editorial. 





Mas "O homem que não amava as mulheres", visão do diretor David Fincher (A Rede Social) para o primeiro livro da trilogia de espionagem Millenium, foge das soluções rasas. Escrita pelo jornalista sueco Stieg Larsson  - que morreu em 2004 pouco depois de entregar os originais aos editores - a história já havia ganhado uma adaptação aclamada pela crítica em seu país, em 2009, ainda mais sombria. O que faz uma série literária receber duas versões para o cinema em tão pouco tempo - ambas elogiadas?



O envolvimento da hacker Lisbeth Salander (Mara) em uma intriga de espionagem é o mote deste suspense, que evita sustos fáceis. O jornalista Mikael Blomkwist (Craig) é processado por uma série de reportagens e acaba se envolvendo em um mistério no seio da família Vanfer, com membros reclusos, anti-semitas e que ainda buscam solução para a morte de uma garota do clã, ocorrida nos anos 1960. Craig investiga traumas do passado dos Vanger, enquanto Salander, de modos hostis, precisa encontrar meios para se sustentar sem o antigo tutor. Nada se sabe sobre sua família ou passado, mas sua frieza e androginia dão a dimensão de traumas sofridos. Os piercings e tatuagens que deixa à mostra contrastam com a discrição das maneiras que ela pretende transmitir. 



A fotografia cria a atmosfera do inverno sueco, com ventos cortantes e dias pouco iluminados. O trabalho detalhista da montagem é um aliado dos efeitos pretendidos por Fincher, reconhecido por dosar mistério e ação - como em Clube da Luta (1999) e Seven (1995). 



Salander, no entanto, encarna uma espécie de Magayver com uma tatuagem de dragão, vingadora capaz de ações inverossímeis em uma história que se revela sóbria durante quase todo o tempo. A polêmica cena de abuso sexual, totalmente desnecessária, ainda foi amenizada em relação à versão sueca. É claro que provoca a repulsa desejada, mas exagera na exploração explícita do conteúdo.



"O homem que não amava as mulheres" (ou a mulher que não amava os homens) é um thriller psicológico para agradar admiradores do gênero e manter as vendas dos livros em alta. Resta saber a escolha da equipe técnica para manter o padrão nas indefectíveis sequências. 


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