Direção: Radu Mihaileanu
Elenco: Mélanie Laurent, Alexeï Guskov, Dmitri Nazarov, François Berléand
Escrito por: Radu Mihaileanu, Héctor Cabello Reis, Thierry Degrandi, Mathew Robins, Alain-Michel Blanc
França, Bélgica, Rússia, Itália, Romênia, 2009
Nota no IMdB: 7.5
A obsessão de um maestro pela execução perfeita do Concerto para Violino em Ré Maior (op.35), de Tchaikovsky. Eis o ponto crucial de "O Concerto" (Le Concert), que envolve franceses e russos em camadas de comédia e drama ao focalizar a Orquestra Bolshoi nos anos 80 - portanto, antes da queda da URSS - e o reencontro de músicos com os palcos após décadas ausentes por motivos políticos.
Andreï Filipov (Alexeï Guskov) é 'o maestro', lenda viva da regência que foi obrigado a abandonar os palcos pela política do ex-presidente soviético Brejnev, por ter mantido músicos judeus na Orquestra 30 anos antes. Longe das apresentações, Filipov trabalha na limpeza da Orquestra, até que um fax cai em suas mãos: um convite para levar o Bolshoi a Paris. Em poucos dias, o 'maestro' deve reunir na surdina fenômenos da música, distantes há décadas dos palcos, para a execução da peça que o persegue há anos. Fatos reais do declínio da URSS encravados em ficções condizentes com o momento histórico, em uma narrativa que não se contradiz e se desenvolve.
Para a apresentação, o 'maestro' exige a presença da solista de renome internacional Anne-Marie Jacquet (Mélanie Laurent), spalla - o violino principal de uma orquestra - que interpreta cenas de maior tensão: os encontros pré-concerto e as implicações entre passado/futuro da própria vida. A violinista também convive com o tabu em relação à execução de Tchaikovsky e com a busca do arrebatamento e da harmonia que acometem grandes momentos de inspiração.
A busca incessante pelo arrebatamento por que passa o ser em contato com a música é o centro do filme. Universal, além de qualquer contexto político, o sentimento aguçado pelo som e provocado pela necessidade de abstração que têm o homem move músicos virtuosos e o ouvinte comum e ultrapassa qualquer tentativa de explicação. Como justifica a certa altura Filipov: "A orquestra é um mundo. Cada um contribuindo com seus próprios instrumentos, seu talento. Pelo tempo de um concerto estamos todos unidos e tocamos na esperança de chegar a um som mágico: a harmonia".
"O Concerto" foi finalizado em 2009 e só agora chega em Belo Horizonte, onde é exibido em apenas uma sala, em um horário somente, no meio da tarde. Pouca visibilidade para o filme que provavelmente seja o mais interessante em cartaz na cidade.
Teve vontade de ouvir os atrativos do Concerto para Violino em Ré Maior (op.35) de Tchaikovsky? Permita-se ser conduzido.
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